segunda-feira, 3 de junho de 2013

É amanhã! Esperamos todos lá: Lançamento Singular


Quando: 4 de Junho (terça-feira), às 20h.
Onde: Bibliotheca Pública Pelotense
Quanto: Entrada Franca

Paulo Timm, Gilberto Isquierdo e Maurício Raupp lançam o disco Singular, no dia 4 de Junho, na BBP


A singularidade presente em três amigos e irmãos de alma que fazem do poema e da melodia algo imprescindível no norte do seu trabalho, que é o Sul


A união dos músicos Paulo Timm, Gilberto Isquierdo e do letrista Maurício Raupp Martins resultou no projeto artístico-musical “Singular”, gravado entre 2011 e 2012, em Pelotas. A noite de outono de 4 de Junho (terça-feira) foi a data escolhida para a cidade de Pelotas receber o lançamento desta parceria, tendo um show aberto ao público, na Bibliotheca Pública Pelotense, a partir das 20h, com entrada gratuita.

O surgimento do disco nasceu em uma edição do Sarau da BPP, onde Timm, Isquierdo e Maurício participavam. Com a afinidade e as parcerias já estabelecidas, a união fortaleceu a produção e a gravação do álbum Singular, contendo 12 faixas assinadas pelos três integrantes e contando ainda com parcerias especiais de Martim César e Alessandro Gonçalves, nas composições.

O disco tem a apresentação com as palavras do poeta e parceiro do projeto Martim César, o qual não hesita em usar da sensibilidade e do conhecimento ao projeto para descrever o disco: “Canções em que o olhar do artista da música e das imagens – e aqui escrevo Gilberto Isquierdo - consegue deixar timbrado o seu estilo único; como se ao musicar,  pintasse um quadro. Melodias em que fica mais uma vez comprovada a sonoridade inconfundível de um talento com quem tenho orgulho de compartir tempo e espaço; e aqui me refiro ao Paulo Timm. Poesias que não se apegam a dogmas e nem a temas comuns, e que alcançam as visagens de noites zitarroseanas ou dos versos 'a la Whitmann' que nos chegam feito cursos límpidos e puros de palavras singrando as terras do sul. Ou mais precisamente: as águas do sul. Nosso sul, Maurício Raupp.”

O lançamento do Singular ocorre no dia 4 de Junho (terça), às 20h, na Bibliotheca Pública Pelotense, com entrada franca. Singular,  sim,  porque aqueles que seguem passos alheios não deixam rastros na estrada.


Sobre os integrantes:

PAULO TIMM:

Músico, compositor e produtor musical. Natural de Jaguarão faz parte do movimento musical do RS desde 1995 quando participou da 2ª Edição do CIRIO – Canto Interuniversitário Rio Grandense – de Pelotas. Discografia: CD CAMINHOS DE SI (2004) – projeto poético-musical em parceria com os compositores Martim César e Hélio Ramirez. CD MARIA CONCEIÇÃO canta MARTIM CÉSAR E PAULO TIMM (2005), trabalho que registra sua trajetória como compositor de música latino–americana. CD DA MESMA RAIZ – Marco Aurélio Vasconcellos interpreta MARTIM CÉSAR, PAULO TIMM E ALESSANDRO GONÇALVES (2009). Atualmente dedica-se a divulgação de seu mais recente trabalho: o CD SINGULAR em parceria com Gilberto Isquierdo e Maurício Raupp Martins.

GILBERTO ISQUIERDO

Natural de Jaguarão, artista visual, músico/compositor e arteterapeuta, reside em Pelotas desde 1977. É nas Artes Visuais que desenvolve desde os anos 80 extensa atuação com inúmeras exposições individuais e coletivas no país e exterior. Entre os anos 80 e 90, integra diversos grupos musicais, como: Coxilha/86, Natofício/90 e Voz e Cordas/93. Em 2004, lança o cd Campurbano. Em 2008, grava de forma independente o trabalho solo, intitulado Sons do Silêncio . Em 2009, lançou o livro Linha do Tempo. Atualmente, além do Lançamento do cd Singular, prepara seu próximo trabalho solo, o cd Transcender, com a participação de diversos músicos e letristas da região..

MAURÍCIO RAUPP MARTINS

Advogado, natural de São Lourenço do Sul, possui dois discos gravados. “Sobre um homem que vinha num mouro e outras histórias”, com Joca Martins  e “Cantos de Lucha y Esperanza”,com Oscar Massita. É letrista do disco “Singular”, produtor e apresentador do Programa Cantos de Luta e Esperança, na RádioCom 104,5 FM e Cantos de Todos os Cantos, na Rádio litoral Sul, em São Lourenço. Possui diversas premiaçoes em festivais nativistas e  é membro da Comissão Artística do Reponte da Canção e um dos fundadores do Departamento de Arte e cultura Latino-Americana da BPP.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Vídeo: Paulo Timm, Gilberto Isquierdo e Maurício Raupp convidam para lançamento

Na noite fria de 4 de Junho (terça-feira), ocorrerá o lançamento do Singular, na Bibliotheca Pública Pelotense.

Convidamos a todos e a todas para essa noite especial em que Pelotas será a primeira cidade a receber o lançamento.

VEJA O VIDEO CLICANDO AQUI.

quinta-feira, 7 de março de 2013

01. Tudo em tudo

Letra: Maurício Raupp Martins
Música: Paulo Timm

De uma sanga nasce um rio
O rio caminha rumo ao mar
O mar chega ao céu
Pra na chuva regressar
Tudo, tudo em tudo circular.

Um animal extinto se move 
No que move a nave que faz o homem voar
E aquele que viu a terra azul 
Pintou de cinza o seu lugar
Tudo, tudo em tudo circular.

Um pássaro repete palavras
Que poderiam ao mundo salvar
Se não houvessem matado os índios
Que o ensinaram a falar
Tudo, tudo em tudo circular.

O que agora envenena água
Amanhã o próprio veneno há de tragar
O peixe que falta na rede
Ontem morreu sem respirar
Tudo, tudo em tudo circular.

A semente que viajou no vento
Foi árvore em distante lugar
Na madeira dormia a guitarra
Que em minhas mãos veio pousar
Tudo, tudo em tudo circular.

Do meu passo nasceu o pó
Que fez teu pranto brotar
Ainda que não me vejas na terra
Eu estou em teu olhar
Tudo, tudo em tudo circular.





Arranjo coletivo
Paulo Timm: voz e violão aço 
Gilberto Isquierdo: voz
Gil Soares: flauta
Hélio Mandeco: vocal, violão aço e baixo
Fernando Leitzke: piano
Leonardo Oxley: vocal.


02. Caseira

Letra: Maurício Raupp Martins
Música: Gilberto Isquierdo

O sol cai na tarde de verão
E a sombra no meu pátio aparece
Agora o mundo inteiro parece
Feito de frescor   mate e paz.

Agora meu pátio parece
O que o mundo deveria parecer
Todos deveriam merecer 
Saber o que buscam do mundo.

No rádio canta Noel Guarani
E eu me afundo em pensamentos
A vida, nesse momento,
É simples feito essa canção 
Que se ouve no pátio.

Tenho amigos de lei
Destes que a vida oferece
E um de sangue, que mesmo de longe,
Pela cara se reconhece.

Tenho um cusco sem serventia
Que é um amigo dos melhores
Uma prenda com quem comparto
Catre, sonhos e suores.

Viro o mate, falo de ontem
Com os mortos que revivo
E quando falo aos vivos
É do amanhã, que virá 
Da nossa luta e esperança.




Gilberto Isquierdo: voz
Negrinho Martins: arranjo, 
violão base e baixo
Luciano Fagundes: violões solo
Nando Barcellos: percussão.



3. Um canto para o amor de Florentino Ariza

Letra: Maurício Raupp Martins
Música: Paulo Timm

Naquele dia não lhe reconheceram
Embora tão clara a manhã
Poderia nos olhos de um velho
Caber tanto amanhã?

Naquele dia encilhou seu cavalo
E num repente Florentino
Partiu rumo ao rumo de sempre
Disposto a mudar o destino.

O brilho em seu olhar de homem
Ela acendeu nos seus olhos de menino
Era uma questão de muito tempo
O amor de Florentino.

O destino é um rio que bufa
Assusta e nega passagem
Ele era daqueles, naquele dia
Pra quem sobra cavalo e coragem.

Cinquenta anos, nove meses, quatro dias
Pra aquele dia amanhecer
Embora tão clara manhã
Quem o viu não o pode reconhecer.

Cinquenta anos, nove meses, quatro dias
Pra nascer aquela manhã
Como nos olhos de um velho
Poderia caber tanto amanhã?




Paulo Timm: voz 
Silvério Barcellos: arranjo e violões
Fernando Leitzke: piano
Clarissa Ferreira: violino.


4. Milonga desesperada

Letra: Maurício Raupp Martins
Música: Gilberto Isquierdo

Às vezes me desespero
E escrevo coisas que sinto
O verso me sai sincero
E me parece que minto
Meu verso fala de pão
E não mata a fome dos famintos.

Às vezes me desespero
E espero que me compreendas
Nos olhos não tenho venda
O mundo por eles desfila
Faço versos pra mudar o mundo
Enquanto o mundo nos mutila.

Às vezes me desespero
Por saber que meu verso
É mais um no universo
Feito com boa intenção
E acabará no inferno 
Com rima e sem solução.

Às vezes me desespero
Mas meu coração persevera
Me põe nas mãos primavera
E outro verso floresce
Então traço mais uma linha
Pedindo que a justiça comece.

Às vezes me desespero
E desesperado me descrevo
Nos versos inúteis que escrevo
“Pero este es mi ofício
Y lo es para mi sacrifício
Y no por mi vanidad’’. *

Às vezes me desespero
E desesperado me descrevo
Nos versos inúteis que escrevo
Contra a realidade
E deixarei nessa milonga
Ao sul da humanidade.




Gilberto Isquierdo: voz
Paulo Timm: voz
Luciano Fagundes: arranjo e 
guitarra semi-acústica 
Fernando Leitzke: piano
Negrinho Martins: violão base e baixo
Nando Barcellos: percussão.

*Atahualpa Yupanqui